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Curiosidades


Curiosidades da Matemática


HISTÓRIA DA MATEMÁTICA

(texto extraído do Almanaque Abril-2005) e (imagens adaptadas pelo Prof.Daniel Lemos)

1800 a.C. – Os sumérios, habitantes do Oriente Médio, desenvolvem o mais antigo sistema numérico conhecido. Em vez dos dez
algarismos de hoje (0, 1, 2, 3... até 9), o sistema caldeu tinha 60 símbolos. É por isso que uma hora, desde então, é dividida em 60
minutos, e o dia e a noite têm 12 horas (12 é a quinta parte de 60). Pelo mesmo motivo, o ano é dividido em 12 meses. Já na
geometria, o círculo tem 360º, que é seis vezes 60.

520 a.C. – O matemático grego Eudoxo de Cnido (400?-350? a.C.) cria uma definição para os números irracionais. São frações
que não podem ser escritas na forma usual, como quatro quintos (quatro dividido por cinco) ou três quartos. Um exemplo é a raiz
quadrada de 2; não existem dois números que, divididos um pelo outro, dêem esse resultado. Para escrever esse número é preciso
usar infinitos algarismos. De maneira aproximada, ele vale 1,4142135.

Os gregos e o infinito – Antes de Eudoxo, o filósofo Pitágoras (580 a.C.-500 a.C.), também um matemático brilhante além de líder
religioso, tentou banir o estudo dos números irracionais porque não aceitava que eles tivessem de ser escritos com infinitos
algarismos. Apesar de seu esforço, os irracionais foram aceitos, como se aceitaram, também, as somas infinitas. Uma delas manda
somar 1 mais meio mais a metade de meio, que é um quarto, mais a metade de um quarto (um oitavo) mais a metade disso (um
dezesseis avos), e assim por diante, indefinidamente. Mas, se a soma possui infinitas parcelas, como pode ser somada? Pois os
gregos arranjaram um meio de fazer a conta, descobrindo que o resultado é simplesmente 2.

300 a.C. – A geometria da Antiguidade chega ao ápice com o grego Euclides. Vivendo em Alexandria, ele sistematiza todos os
conhecimentos acumulados até então por seu povo nos dois séculos anteriores, além de diversos teoremas que ele mesmo
demonstra. O resultado é o livro Elementos.

250 – Fugindo da tradição grega, que era centrada na geometria, Diofante (século III) inicia um estudo rigoroso de diversos problemas
numa área da matemática hoje chamada de álgebra. Uma questão típica algébrica (muito simples): se um homem tem certa idade
e seu filho, de 10 anos, a metade dessa idade menos cinco anos, quantos anos tem o pai? Em forma matemática, essa pergunta se
escreveria: 10 = x/2 - 5.

500 – O algarismo zero até essa época sempre fica subentendido ao escrever um número que precise dele (como o 10, no sistema
atual). Um indiano, cujo nome se perdeu na história, cria um símbolo para o zero. Os árabes começam a usá-lo por volta do ano
700. Em 810, ele aparece explicitamente num texto do sábio Muhammad ibn Al-Khwarizmi (780-850).

1202 – O matemático italiano Leonardo Fibonacci (1170?-1240) é o primeiro europeu a usar os algarismos arábicos, que são
empregados atualmente para escrever os números. Até então, os europeus utilizavam os algarismos romanos, como o I (que vale 1),


o V (5) e o X (10). Fibonacci também adota o zero, que os europeus já conheciam, mas, na prática, não empregavam.

1535 – Encontra-se um método para resolver as equações algébricas de terceiro grau. São aquelas em que a incógnita aparece
elevada ao cubo, como na equação x³ + 1 = 0. A autoria da fórmula é disputada por dois italianos: Niccolò Tartaglia (1499-1557) e
Geronimo Cardano (1501-1576).

1545 – Primeira sugestão de que certas contas podem ter como resultado um número negativo. A proposta causa espanto porque,
na época, parece absurdo algo ser menor que nada, ou seja, zero. O italiano Geronimo Cardano, no entanto, usa os novos números
para resolver problemas como o de alguém que gastou mais do que possui no banco, tendo então saldo negativo. Assim, ele resolve
equações que até então ficavam sem resposta.

1551 – Surge a trigonometria, que facilita muito os cálculos, especialmente os celestes, em que é preciso somar, diminuir ou
multiplicar valores de ângulos. A trigonometria estabelece regras que transformam os ângulos em números comuns. Exemplo: em
vez de um ângulo de 30º, pode-se falar no seno de 30, que vale 0,5. O criador do novo cálculo é o alemão Georg Joachim Iserin von
Lauchen (1514-1576), conhecido como Rético, aluno do astrônomo polonês Nicolau Copérnico .

Complicar para simplificar – Diversas novidades na matemática são criadas para evitar o trabalho que dá efetuar contas muito
extensas e em grande quantidade. É assim que surgem tanto a trigonometria como o logaritmo, duas ferramentas de uso bastante
sofisticado. Mas quem precisa fazer cálculos muito trabalhosos percebe vantagens numa complicação aparentemente
desnecessária. A ciência e a tecnologia não se teriam desenvolvido sem esses instrumentos essenciais.

1591 – O francês François Viète (1540-1603) abandona a prática de escrever matemática por meio de palavras. Até então, as
equações, os números e as incógnitas eram apresentados por extenso, de maneira trabalhosa e confusa. Viète passa a representar
suas equações utilizando como símbolos as letras do alfabeto. Uma soma, por exemplo, fica assim: x+y = z. Isso torna a resolução
de problemas extremamente mais fácil.

1614 – Publica-se a primeira tábua de logaritmos. Seu autor é o escocês John Napier (1550-1617). O logaritmo simplifica cálculos
muito trabalhosos por meio do uso de expoentes, como 2³, que significa 2 x 2 x 2. Ou seja, 8.

1637 – Surge a geometria analítica, desenvolvida pelo filósofo, físico e matemático francês René Descartes (1596-1650). A nova
disciplina é uma espécie de mistura entre a álgebra e a geometria, pois Descartes ensina a transformar pontos, retas e
circunferências em números. Depois mostra como fazer contas com as figuras geométricas. Na geometria analítica, um ponto pode
ser escrito como um par de números na forma (1, 2). Uma reta pode ser uma equação como x + y = b.

O método científico – No mesmo livro em que desenvolve a geometria analítica, Discurso sobre o Método, Descartes também
estabelece os fundamentos da ciência da maneira como é entendida até hoje. Para ele, não basta empregar o raciocínio e a lógica
para entender a natureza e o mundo. Observar e interpretar os fatos, como faziam os antigos, é importante, mas as interpretações
devem ser, em seguida, submetidas à experimentação. Numa palavra, é preciso testar aquilo que se pensa estar acontecendo.
Muitos outros sábios, como o italiano Galileu Galilei e o inglês Francis Bacon (1561-1626), escrevem e falam sobre o método
científico. Mas é com Descartes que ele ganha aceitação completa.

1654 – O cálculo das probabilidades é criado pelos matemáticos franceses Pierre de Fermat (1601-1665) e Blaise Pascal
(1623-1662), que também era físico. Curiosamente, eles desenvolvem esse novo ramo da matemática quase como uma diversão,
com base em um problema levado a eles por um jogador de dados, Chevalier de Mere. De Mere pergunta se é possível prever os
resultados de um jogo. Os matemáticos dizem que sim - pelo menos em certas circunstâncias e até certo ponto.

1669 – O físico inglês Isaac Newton (1642-1727) inventa o cálculo diferencial e integral. Com ele, torna-se possível calcular a área
ou o volume de qualquer figura geométrica, não importa sua forma. Até então, para cada figura era preciso criar uma fórmula diferente.

Revolução matemática – O cálculo diferencial e integral, que Newton desenvolve ao mesmo tempo que o alemão Wilheim Leibniz
(1646-1716), revoluciona a matemática. Para saber a área de um círculo, utilizando a nova ferramenta, basta dividir esse círculo em
quadrados iguais, bem pequenos. Em seguida, calcula-se a área de um quadrado e multiplica-se pelo número total de quadrados.
Com isso, acha-se a área (ou o volume, se for o caso) de qualquer figura. Os quadrados têm de ser infinitamente pequenos para
encher toda a borda do círculo, e o número de quadrados precisa ser infinito. Portanto, a área total será uma soma de infinitos
termos, tipo de soma que os gregos já sabiam fazer havia mais de 2 mil anos.

1685 – Criação dos chamados números imaginários. Eles aparecem quase como um complemento dos números negativos.
Durante muito tempo, ninguém sabe dizer qual seria a raiz quadrada de -1 (menos um). Essa conta não dá -1, pois -1 é raiz de 1
(porque -1 vezes -1 é 1). Ela também não dá 1, que também é raiz de 1. O inglês John Wallis (1616-1703) resolveu a questão criando
um número, chamado i, que é a raiz quadrada de -1. Quer dizer que i vezes i dá -1. O i é o mais simples dos números imaginários,
que, apesar do nome, são tão verdadeiros quanto os outros números.

1744 – A família de números transcendentais entra para o mundo da matemática encontrada pelo suíço Leonard Euler (1707-1783).
Euler estuda as chamadas equações algébricas, que possuem, por exemplo, a forma x²+x+1= 0. Percebe que elas têm todos os
tipos de solução: números inteiros, imaginários, irracionais, frações etc. Mas nenhuma equação dessa categoria jamais dá, por
exemplo, uma resposta igual a p (3,1416...). Hoje se sabe que existem infinitos números que nunca podem ser solução de uma
equação algébrica. São os chamados transcendentais.

1822 – O desenvolvimento da geometria projetiva abre caminho para a geometria moderna. Esse novo ramo de estudo analisa as
formas geométricas de vários ângulos. Assim, uma pirâmide vista de cima aparece como um quadrado; vista de lado, torna-se um
triângulo. Seu criador é o francês Jean Victor Poncelet (1788-1867).

1824 – O norueguês Niels Henrik Abel (1802-1829) descobre que é impossível resolver as equações de quinto grau. Durante anos,
os matemáticos haviam procurado uma fórmula para chegar a um resultado. São equações em que a incógnita vem elevada à quinta
potência, na forma x5+x4+x³+x²+x+1 = 0.

1826 – A geometria não euclidiana é criada pelo russo Nicolai Ivanovich Lobachevsky (1792-1856). Segundo ele, para que os
teoremas de Euclides sejam válidos é desnecessário supor que só dá para construir uma paralela a uma reta passando por um ponto
fora dessa reta. Esse conceito vinha sendo um dos alicerces da geometria desde cerca de 300 a.C. Com base na idéia oposta, de
que é possível construir infinitas paralelas a uma reta passando por um ponto fora dessa reta, Lobachevsky elabora a nova geometria.

1874 – Demonstra-se que existem números maiores que o infinito. Eles são chamados pelo alemão Georg Cantor (1845-1918) de
transfinitos. Na série dos números inteiros, que vai de 1, 2, 3 até o infinito, há infinitos números. Em outra seqüência, além do 1, 2,
3 até o infinito, entram também todas as suas frações (como o 1,0001, por exemplo). Dá para provar que essa seqüência é maior
que a primeira série. Então, como essa é infinita, a quantidade de números da segunda seqüência é maior que o infinito.

1899 – A geometria passa pela reforma mais profunda desde sua criação, mais de dois milênios atrás. O autor é o alemão
David Hilbert (1862-1943), que analisa todas as novidades incorporadas à matemática nos séculos anteriores e a geometria é
reescrita.

1931 – O alemão Kurt Gödel (1906-1978) demonstra que, dentro de qualquer sistema matemático, como a álgebra ou a geometria,
sempre existem teoremas que não podem ser provados nem desmentidos.

1977 – A Teoria do Caos começa a se tornar uma disciplina bem estruturada. Diversos pesquisadores trabalham para aprimorá-la,
especialmente o norte-americano Robert Stetson Shaw (1945-). Essa teoria surge do estudo de certas figuras geométricas
especiais. Uma árvore cujo tronco se divide em dois galhos principais, e cada um deles, por sua vez, reparte-se em dois ramos
menores, e assim por diante, contém cópias de si mesma dentro dela e recebe o nome de fractal. Muita coisa na natureza se
comporta como um fractal - como os redemoinhos, que contêm redemoinhos menores dentro deles. A Teoria do Caos ensina que
todos os fenômenos desse tipo parecem caóticos, mas podem ser colocados em fórmulas matemáticas.

1993 – O matemático inglês Andrew Wiles (1952-) consegue provar o último teorema de Fermat. Esse teorema lida com
expressões do tipo 3²+4² = 5² (9+16 = 25) em que o 3, o 4 e o 5 estão elevados ao expoente 2. Fermat afirma, em 1637, que esse
tipo de igualdade só dá certo quando o expoente é 2. Ele diz ter a prova dessa descoberta, mas não a apresenta. Até hoje há dúvida
sobre a declaração do francês.

1998 – Thomas Hales, da Universidade de Michigan, consegue demonstrar que há uma maneira ideal de agrupar esferas num
certo volume. Essa idéia havia sido sugerida pela primeira vez há 387 anos pelo astrônomo alemão Johannes Kepler. 


Por exemplo:
como é possível organizar bolas numa caixa para fazer caber o maior número delas lá dentro? Segundo Kepler, a resposta é a
disposição mais simples possível: uma bola do lado da outra, em filas horizontais, e uma exatamente sobre a outra. Provar essa
afirmação não é tão fácil quanto parece, e ela tem importância em diversas áreas da ciência, inclusive para a Teoria da Comunicação.

2001 – O matemático Michael Rabin, da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, desenvolve um código matematicamente
indecifrável, com o qual será possível, no futuro, criar "chaves" eletrônicas para enviar e receber mensagens pela <LV
ORD="8">internet</LV>. Apenas o remetente e o destinatário, de posse do código, conseguirão saber o seu conteúdo. A
descoberta, no entanto, ainda não foi demonstrada publicamente.
A idéia consiste, primeiro, em quebrar uma mensagem em uma infinidade de trechos bem pequenos. Depois, esses trechos seriam
inseridos em uma imensa seqüência de informações sem sentido e enviada em alta velocidade pela internet. O remetente e o
destinatário combinam, previamente, em quais pontos da seqüência serão inseridos os trechos significativos, que, na chegada da
mensagem, serão separados pelo destinatário da enxurrada de bits sem nexo. A velocidade do fluxo não permitiria que um estranho
tivesse tempo de fazer a separação. Além disso, a massa de informações que esconde a mensagem seria tão grande que nenhum
computador poderia armazená-la para que alguém pudesse decifrá-la depois.



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Despertando a sua curiosidade








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